Espaço pais

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Quase 60% das crianças com dificuldades escolares não tem doença diagnosticada e são tidas como preguiçosas e malcomportadas.

As falhas nos diagnósticos de transtornos que acometem a aprendizagem infantil é um fato preocupante na educação brasileira e seus prejuízos perduram até a fase adulta.
Quando a criança não acompanha o conteúdo dado aos outros da classe é fundamental identificar se ela tem apenas uma dificuldade escolar ou se é portadora de alteração específica que caracterize um transtorno de aprendizagem, entre elas as mais conhecidas atualmente são TDAH (Transtorno do Déficit de Atenção e Hiperatividade) e a Dislexia ou se existe ainda outras situações associadas.

Observar se o desempenho escolar está aquém do esperado, além de alterações de ordem físicas e comportamentais, é fundamental para pais e professores poderem procurar ajuda. Porém, todo cuidado é pouco, pois é real – e frequente – a dificuldade para que especialidade recorrer. Essa decisão é ponto crucial para um bom diagnóstico e a reabilitação da criança.

O diagnóstico sem critérios e sem os devidos conhecimentos podem custar muito caro para criança em termos de tempo perdido, frustração dos pais, baixa estima e bullying.
Inúmeras crianças perdem importantes momentos de seu desenvolvimento cognitivo e emocional frequentando anos a fio terapias sem precisão diagnóstica e defasagens pedagógicas se acumulam nas salas de aulas, causando mais e mais prejuízos às crianças e conflitos na chamada Inclusão.

SINAIS E SINTOMAS DAS PRINCIPAIS PATOLOGIAS QUE ACOMETEM APRENDIZAGEM.

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Dislexia

Sinais e Sintomas

Na Primeira Infância:

1 – atraso no desenvolvimento motor desde a fase do engatinhar, sentar e andar;
2 – atraso ou deficiência na aquisição da fala, desde o balbucio á pronúncia de palavras;
3 – parece difícil para essa criança entender o que está ouvindo;
4 – distúrbios do sono;
5 – “Xixi” na cama principalmente à noite;
6 – suscetibilidade à alergias e à infecções;
7 – tendência à hiper ou a hipo-atividade motora;
8 – chora muito e parece inquieta ou agitada com muita freqüência;
9 – dificuldades para aprender a andar de triciclo;
10 – dificuldades de adaptação nos primeiros anos escolares.

A Partir dos Sete Anos de Idade:

1 – pode ser extremamente lento ao fazer seus deveres:
2 – ao contrário, seus deveres podem ser feitos rapidamente e com muitos erros;
3 – copia com letra bonita, mas tem pobre compreensão do texto ou não lê o que escreve;
4 – a fluência em leitura é inadequada para a idade;
5 – inventa, acrescenta ou omite palavras ao ler e ao escrever;
6 – só faz leitura silenciosa;
7 – ao contrário, só entende o que lê, quando lê em voz alta para poder ouvir o som da palavra;
8 – sua letra pode ser mal grafada e, até, ininteligível; pode borrar ou ligar as palavras entre si;
9 – pode omitir, acrescentar, trocar ou inverter a ordem e direção de letras e sílabas;
10 – esquece aquilo que aprendera muito bem, em poucas horas, dias ou semanas;
11 – é mais fácil, ou só é capaz de bem transmitir o que sabe através de exames orais;
12 – ao contrário, pode ser mais fácil escrever o que sabe do que falar aquilo que sabe;
13 – tem grande imaginação e criatividade;
14 – desliga-se facilmente, entrando “no mundo da lua”;
15 – tem dor de barriga na hora de ir para a escola e pode ter febre alta em dias de prova;
16 – porque se liga em tudo, não consegue concentrar a atenção em um só estímulo;
17 – baixa auto-imagem e auto-estima; não gosta de ir para a escola;
18 – esquiva-se de ler, especialmente em voz alta;
19 – perde-se facilmente no espaço e no tempo; sempre perde e esquece seus pertences;
20 – tem mudanças bruscas de humor;
21 – é impulsivo e interrompe os demais para falar;
22 – não consegue falar se outra pessoa estiver falando ao mesmo tempo em que ele fala;
23 – é muito tímido e desligado; sob pressão, pode falar o oposto do que desejaria;
24 – tem dificuldades visuais, embora um exame não revele problemas com seus olhos;
25 – embora alguns sejam atletas, outros mal conseguem chutar, jogar ou apanhar uma bola;
26 – confunde direita-esquerda, em cima-em baixo; na frente-atrás;
27 – é comum apresentar lateralidade cruzada; muitos são canhestros e outros ambidestros;
28 – dificuldade para ler as horas, para seqüências como dia, mês e estação do ano;
29 – dificuldade em aritmética básica e/ou em matemática mais avançada;
30 – depende do uso dos dedos para contar, de truques e objetos para calcular;
31 – sabe contar, mas tem dificuldades em contar objetos e lidar com dinheiro;
32 – é capaz de cálculos aritméticos, mas não resolve problemas matemáticos ou algébricos;
33 – embora resolva cálculo algébrico mentalmente, não elabora cálculo aritmético;
34 – tem excelente memória de longo prazo, lembrando experiências, filmes, lugares e faces;
35 – boa memória longa, mas pobre memória imediata, curta e de médio prazo;
36 – pode ter pobre memória visual, mas excelente memória e acuidade auditivas;
37 – pensa através de imagem e sentimento, não com o som de palavras;
38 – é extremamente desordenado, seus cadernos e livros são borrados e amassados;
39 – não tem atraso e dificuldades suficientes para que seja percebido e ajudado na escola;
40 – pode estar sempre brincando, tentando ser aceito nem que seja como “palhaço” ;
41 – frustra-se facilmente com a escola, com a leitura, com a matemática, com a escrita;
42 – tem pré-disposição à alergias e à doenças infecciosas;
43 – tolerância muito alta ou muito baixa à dor;
44 – forte senso de justiça;
45 – muito sensível e emocional, busca sempre a perfeição que lhe é difícil atingir;
46 – dificuldades para andar de bicicleta, para abotoar, para amarrar o cordão dos sapatos;
47 – manter o equilíbrio e exercícios físicos são extremamente difíceis para muitos disléxicos;
48 – com muito barulho, o disléxico se sente confuso, desliga e age como se estivesse distraído;
49 – sua escrita pode ser extremamente lenta, laboriosa, ilegível, sem domínio do espaço na página;
50 – cerca de 80% dos disléxicos têm dificuldades em soletração e em leitura.

Critérios disponíveis www.dislexia.com.br

DIAGNÓSTICO DEVE SER REALIZADO POR UMA EQUIPE INTERDISCIPLINAR

TDAH (TRANSTORNO DO DÉFICIT DE ATENÇÃO E HIPERATIVIDADE)

SINAIS E SINTOMAS:

Distração

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As crianças com TDAH perdem facilmente o foco das atividades quando há algum estímulo do ambiente externo, como barulhos ou movimentações. Elas também se perdem em pensamentos “internos” e chegam a dar a impressão de serem “avoadas”. Essas distrações podem prejudicar o aprendizado, levando o aluno a ter um desempenho muito abaixo do esperado.

Perda de objetos

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Perder coisas necessárias para as tarefas e atividades, tais como brinquedos, obrigações escolares, lápis, livros ou ferramentas, é quase uma rotina. A criança chega a perder o mesmo objeto diversas vezes e esquece rapidamente do que lhe é dado.

Tarefa Escolar

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Impaciente, não consegue manter a atenção por muito tempo. Por isso tem dificuldade em terminar a tarefa escolar, pois não consegue se manter concentrada do começo ao fim, e acaba se levantando, andando pela casa, brincando com o irmão, fazendo desenhos…
Agitação.

Hiperatividade

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Traço típico da hiperatividade, é comum que mãos e pés estejam sempre em movimento, já que ficar parado é praticamente impossível. A criança acaba se levantando toda hora na sala de aula e costuma subir em móveis e em situações nas quais isso é inapropriado. Para os pais, é como se o filho estivesse “ligado na tomada”.

Brincar

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Existe grande dificuldade em participar de atividades calmas e em silêncio, mesmo quando elas são prazerosas. Em vez disso, preferem brincadeiras nas quais possam correr e gritar à vontade. Por isso costumam ser vetados de algumas festas de aniversário ou passeios escolares.

Impulsividade

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Tendem a ser impulsivas e não conseguem esperar pela sua vez em filas de espera em lojas, cinema ou mesmo para brincar. É comum ainda que não esperem pelo fim da pergunta para darem uma resposta e que cheguem a interromper outras pessoas ou cometer atos inconsequentes.

Desatenção

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Distraída e sem conseguir prestar atenção na conversa, dificilmente consegue se lembrar de um pedido dos pais ou mesmo de uma regra da casa. A sensação que se tem é a de que ela vive “ no mundo da lua”. É comum, portanto, que os pais acabem repetindo inúmeras vezes a mesma coisa para a criança, que nunca se lembra do que foi dito.

Agressividade

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A criança com TDAH não tem paciência nem para concluir um pensamento. Assim, ela acaba agindo sem pensar e chega a ser impulsiva e explosiva em alguns momentos. Os rompantes podem ser vistos, por exemplo, durante brincadeiras com os demais colegas que culminem em brigas ou discussões.

DIAGNÓSTICO DEVE SER REALIZADO POR UMA EQUIPE INTERDISCIPLINAR 

Orientação para pais TDAH

ORIENTAÇÕES DO T.D.A.H. – COMO AJUDAR EM CASA: 

Paralelamente aos atendimentos clínicos, os cuidados em casa beneficiam o desempenho do indivíduo melhorando o ambiente familiar.

• Cooperação, amor e amizade são básicos nos relacionamentos e precisam ser transmitidos por palavras bem casadas, gestos e ações;
• Reconhecer os problemas e conversar sobre eles, auxilia a transpor dificuldades na rotina diária;
• Ter força de vontade para ajudar e acreditar que o indivíduo tem capacidade para tentar esclarecer ou de encontrar uma saída para sua situação;
• Criar um clima de confiança, de respeito e aceitação, ajudando o entendimento e esclarecimento do que se passa dentro de si;
• Ajudar a expressar sentimentos fortes e difíceis de forma clara e não prejudicial, sendo firme, pois isto facilitará sua compreensão;
• Favorecer um consenso sobre o que é aceitável e inaceitável no convívio. Pode haver recompensa por um bom comportamento regularmente;
• Estabelecer regras de comportamento para toda a família, que possam ser explicadas claramente se necessário; fazer agenda, cartazes, o que acontecerá quando do não cumprimento delas, deixando-os em lugar visível à toda família ( se a criança não souber ler, utilizar desenhos ou recortes);
• Certificar-se que houve o entendimento das regras, pedindo-lhe que olhe para você enquanto fala; aumente o seu tom de voz e peça para que repita o que foi dito se necessário;
• Estimular a criança a assumir pequenas responsabilidades e compromissos de cumprir os termos do “contrato”, encorajando-a e apoiando-a;
• Fornecer brinquedos e jogos que estimulem as atividades motoras ou manuais;
• Oferecer jogos de memória, xadrez ou correlatos e ditados de textos que sejam agradáveis;
• Começar sempre as atividades com períodos pequenos e ir aumentando com o passar dos dias;
• Treinar a capacidade de se dedicar, em prazos cada vez maiores, a uma atividade;
• Motivar a participação de atividades esportivas; o esporte com regras definidas, ajuda a criança a ter noções de responsabilidade e vida em sociedade ( aconselha-se uma freqüência de 2 a 5 vezes por semana ); a atividade física pode anteceder o horário de estudo ou trabalho melhorando o desempenho durante o mesmo;
• Conversar habitualmente com a escola e com os terapeutas, estabelecendo uma linguagem comum entre vocês;
• Evitar o apontamento de erros e críticas, sistematicamente;
• Ser persistente, pois os resultados positivos são lentos e gradativos; Espere e “comemore” mudanças pequenas no comportamento;
• Não desanimar se em casa ocorrerem respostas positivas às situações, mas em ambientes externos não;
• Prefirir não discutir sobre comportamentos inadequados perante visitas ou colegas e amigos;
• Definir seu ponto de vista, reafirmando se necessário e não ficar discutindo com o indivíduo diante da oposição dos fatos;
• Para o indivíduo, principalmente na primeira infância, seus modelos são a mãe e o pai, lembrem-se sempre disto ! ;
• Os pais são os treinadores dos filhos, portanto, é necessário concordância entre o casal sobre as normas disciplinares, pois há necessidade de divisão de responsabilidades;
• Não usar o autoritarismo e sim ter autoridade, pois o importante é ensinar e mostrar como fazer;
• Elogiar as conquistas e progressos e procurar ser compreensivo e gentil, quando ele estiver aborrecido;
• Tentar se colocar no lugar do seu filho, afim de facilitar sua compreensão sobre o que está acontecendo com ele;
• Diminuir o tempo de TV, substituindo por trabalhos ou brinquedos para todos;
• Montar uma rotina no horário de dormir, diminuindo os estímulos externos;
• Discutir com o indivíduo as vantagens do estudo. É importante que entenda e compreenda a importância dele em sua vida;
• Combinar, sempre que possível, um horário fixo diário para os estudos;
• Podem-se utilizar premiações, ou permitir fazer algo que queira muito, após suas tarefas escolares. Mas lembrem-se que as premiações devem ser feitas de acordo com o empenho e não sobre os resultados, por exemplo, de provas;
• Regras para as premiações, devem ser pré-estabelecidas de forma clara, assim como os prêmios que irão ser conquistados;
• Notas também podem ser utilizadas, na tentativa de demonstrar o rendimento das tarefas, sejam elas escolares ou comportamentais, porém é necessário que se deixe claro que elas não significam incapacidade ou fracasso, e sim, mostrarão que seu empenho pode não ter sido suficiente: há necessidade de se montar novas estratégias para que estas possam mostrar os progressos. Isso pode ser um reforço positivo que motive um esforço maior, aumentando a autoconfiança e a autoestima;
• Estudar deve ser uma rotina diária impedindo o “estudo antes das provas”; caso o indivíduo consiga passar pouco tempo estudando, faça dois horários diários, e nesse intervalo introduza alguma atividade prazerosa ou um horário para o descanso e aumente o tempo para a tarefa escolar gradativamente;
• É importante que o local de estudo deve ser bem arejado e sem interferências de estímulos externos;
 



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